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18.4.19

Voltas em círculo

 "Shin Kwangho"



Voltas em círculo


Logo eu que sou o mártir do caos,
Sou obrigado a ordenar as coisas.
Nem uma fibra do meu corpo reage a isso,
Há apenas um tremor nos ossos.

Enquanto sou consumido vivo, meus olhos seguem atentos.
E no que questionam a velocidade da minha viagem,
Eu posso somente seguir em frente,
Por mais que eu esteja só dando voltas em circulo.
Henrique Sanvas

O aquário




O aquário


Não quebre o aquário.
Os peixes tem espaço o suficiente,
Se não tiverem, não os conte.
Pois, sendo esse o caso, muitos irão querer sair;
Logo, muitos dos peixes irão morrer,
Menos, aqueles no qual já se tornaram anfíbios.
Henrique Sanvas

Pedras rolantes




Pedras Rolantes


Pedras milenares rolam montanha abaixo
E o grande monte se desfaz.
O trabalho do tempo se perdeu
Uma nova planície será preparada.

Os olhos do homem arregalam-se.
Agora, ele sabe mais do que acreditou saber.
Não há mais montanha cobrindo o horizonte,
Somente pedras para tropeçarmos.

Qual será a próxima obra do tempo?
Não há mais sombra contra a luz.
A sabedoria dissipa a ignorância
A medida que mais pedras rolam.
Henrique Sanvas

Surreal




Surreal


Não me agrada o surreal
Tal qual, uma mascara para o mundo
Gosto de olhar nos olhos do mundo,
Gosto de sentir o bafo do mundo;
Bafo quente e pútrido,
Bafo com aspecto de vida.

O surrealismo quer me enganar
E não me agrada isso.
Eu quero contemplar a vida
A vida em toda a sua infâmia,
Com olhos e bafo desagradável.
Sem metafisica.
Henrique Sanvas

Alvorecer




Alvorecer


Quinta-feira.
Alvorecer morto de um dia nublado.
Contemplo as primeiras horas do amanhecer.
Eu não chego a conclusão nenhuma.
Talvez, o mendigo estivesse certo.
Henrique Sanvas

Ar no poço




Ar no poço


Não tenho tido paciência para ler livros.
Ler livros e qualquer outra coisa.
Apenas, ocupo a mente com coisas vagas,
É como encher um poço com ar.

Todavia, eu ainda escrevo.
Nada que eu goste quando eu paro para ler.
De qualquer forma, eu escrevo; é preciso.
Purificar o ar que preenche o poço que é a minha mente.
Henrique Sanvas

Latidos




Latidos


Não importa o quão alto grite,
As muralhas de vidro nos abafam.
Latindo para o reflexo translucido.
Somente você ouve seus latidos.

A chuva próspera que cai lá fora
Traz apenas goteiras em nosso telhado.
E os cães que ladram aos céus,
Sentem as gotas caindo em suas testas.

Balas disparadas a noventa graus.
Tendem a cair a noventa graus.
Quem será o alvo?
Quem mais seria o alvo?
Henrique Sanvas

Borboleta




Borboleta


Alguma coisa foi feita
E o mundo segue como antes.
Uma parte infla-se de orgulho.
A outra murcha de vergonha.

Onde estava a borboleta durante o tsunami?
Mesmo se ela soubesse, deixaria de bater asas?
Henrique Sanvas

15.4.19

Águas de Março




Águas de Março


Uma massa de nuvens densa
Esbravejando trovões
Iluminando toda a noite,
Com seus flashes alados.

A tempestade já se foi.
Dia e noite, dia e noite.
Agora, somente o rastro de poças pisadas.
O verão está morrendo.

O verão se desfaz em chuva.
Uma longa despedida,
Com frias lágrimas de prata.

O sol que se cansa de raiar.
Não demora para se pôr.
Ele adormece ao som da chuva.
Henrique Sanvas

Cegos e banguelas

 Der Trinker



Cegos e banguelas


Em um reino distante
Haviam somente cegos e banguelas.
O rei soberano, possuía dois dentes,
Dois dentes e dez por cento da visão,
Dez por cento e somente no olho esquerdo.

Todos haviam cobrado por tudo.
Desde uma moeda, até mesmo uma morte.
Olho por olho e dente por dente.
No final das contas, todos ficaram à míngua.
Sorte a do rei, que era miserável demais para ser cobrado.
Henrique Sanvas

A bocarra

 "Dante Alighieri"



A bocarra


Me coloco na frente do espelho
E olho nos meus olhos.
As pupilas retraindo com a luz,
E nem mesmo eu as entendo.

Me elevo a décima potência,
Assim, eu encaro o mundo.
Eu não quero ser engolido
A bocarra da vida engole a todos...

Mas, no fundo, eu sei que cada um sabe de si.
Mais de sete bilhões de mundos.
Mesmo que o sol seja para todos
Cada um vê ele num lugar diferente.

Não procuro olhar para ninguém
Se não, para mim mesmo.
Pouco me importa, se chamam de apatia.
Só não quero ser engolido pela vida.
Henrique Sanvas

Abrigo

 Gustave Courbet, the happy lovers 1844



Abrigo


Pessoas difamando de norte a sul.
Pessoas praguejando de leste a oeste.
Palavras como numa tempestade de raios
E eu sou o para raio.

Pessoas difamando-me em meus ouvidos.
Pessoas praguejando em meus ouvidos.
Palavras como numa rajada de ventos
E eu sou onde os ventos se encontram.

De qualquer maneira, eu prefiro assim,
Que tudo venha até mim.
E que em meio a tempestade de raios e ventanias,
Que eu seja um abrigo.
Henrique Sanvas

Flores

 by Anna Menshikova



Flores


O homem semeia o ódio,
Assim como uma abelha semeia flores.

Se o assunto fosse amor,
O homem o guardaria
E daria somente para quem achasse merecedor.
Provavelmente, de forma racionada.

Já o ódio é livre...
Odeia-se qualquer um de qualquer forma.
Eu odeio os motoristas de carros com altos falantes.
De forma profissional, nada pessoal.

Eu mesmo semeei flores hoje
E não me lembro de ter amado ninguém.
Henrique Sanvas

Chuva a cântaros




Chuva a cântaros


O que você quer que eu diga?
O que eu diria de diferente?
As mesmas frases novamente,
Somos tão insistentes.

Você cai sobre mim,
Tal como uma chuva a cântaros
E eu busco qualquer abrigo ..
Ainda, que o seu cântaro transborde.

Sempre agradeci pela chuva que cai,
Mas, nem tudo se deve molhar.
Deixe-me abrigar na minha caverna,
Até a chuva cessar.
Henrique Sanvas

3.3.19

Olhar de ontem




Olhar de ontem


Tenho revisto minhas lembranças.
E não tenho o desejo de compartilha-las
Não sou eu quem está ali.
Assim, como não é esse eu que quero mostrar.

Convivi com erros.
Eu convivo até hoje.
Escuto os outros falarem de infernos.
Quando eu já estive em todos.

Tento esquecer as lembranças.
Quero me ver longe das garras do passado.
Olhe nos meus olhos agora.
Não é o mesmo olhar de ontem.
Henrique Sanvas

22.9.18

Poema em linha reta - Alvaro de Campos




Uma breve recitação minha de um dos melhores textos de Fernando Pessoa, neste caso sob o alteronimo de Alvaro de Campo... "Poema em linha reta".

Espero que gostem.


Henrique Sanvas

21.8.18

Circulo de confiança




Circulo de confiança


Você cria um circulo de confiança.
Onde, você não confia em ninguém.
E eles continuam confiando em você.
Por que, você faz o tipo de homem...


Que não faz nada.
Que pode ser eleito um pecado.
Mas, com as luzes apagadas.
Você adormece, com as costas para a parede.



Seus amigos; você os conta nos dedos.
Mesmo que você seja maneta.
Você canta uma música de encantar ratos, com eles nas mãos.
Mas, não fariam com você, pois não é o tipo de homem.



Que faz um monte de coisas.
Sem os seus devidos méritos.
Por que, você é o homem.
Bem, eles pensam que é verdade.
Henrique Sanvas

PÁSSAROS

  PÁSSAROS      Os pássaros estão inquietos no céu e isso sempre me preocupa, costumo pensar que eles sempre sabem um pouco mais do que a ge...